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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Agora, Airton Monte mora na sabedoria do ser

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O poeta nos deixou. Airton Monte. Um cara. Ou melhor, o cara. Dele, a simpatia do sorriso com que escondia o 'médico de loucos' com que se diplomara. Mas ele era antes de tudo, um escritor. Um doutor da crônica. Um mestre do esmero no diagnosticar as causas de nossa realidade, parecendo viver entre o descanso da rede e as paredes do ambulatório. Pois nesse meio tempo, escrevia crônicas. Escrevia. Porque fosse prosa, fosse verso, Airton era um monte de construções literárias, num texto que levava o leitor a imaginar-se ali ao seu lado, numa conversa que só amigos mais afeiçoados, como Rogaciano Leite Filho, costumavam ter com ele. 

Gostava de Airton como gosto de mim. Essa é a melhor definição de alguém por alguém. Pela (humana) alma franciscana que é, pela liberdade de associar-se a temas tantos em seus relatos diários naquele canto de página do segundo caderno de O Povo. Airton era vida. E arte. 

Pois Airton mudou de endereço. Deixou o físico marcado pelas consequências da boemia, mas saiu de cena como todo bom artista que sabe distinguir o luminoso do sombrio, o perfeito do que ainda não o é, mas nunca se preocupava com a própria saúde. Como médico, diasgnosticava almas e aconselhava a se cuidar de mentes e corações para que a liberdade de existir fosse caminho de luz na fluidez da Vida. Ele, porém, parecia viver num planeta distanciado desse nosso mundinho de questiúnculas e partidarismos, elevando sua alma, todo santo dia, nas linhas que escrevia da máquina de datilografia, que ainda guardava paixão. 

Airton não se foi, como pensam os materialistas; mudou-se, como dizemos nós, espiritualistas de boa vontade e que, por acreditarmos que nada morre, tudo se transforma, perdemos a roupagem física e iniciamos o caminho de volta à pátria do espírito. 

Airton, desde ontem, mora na sabedoria do Ser. 

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

TEVÊ. Para se fugir do blablablá eleitoral

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É, por mais esforço de criatividade que os marqueteiros tentem colocar na propaganda de seus candidatos, na internet pipocam dicas para o eleitorado ocupar melhor o horário eleitoral. Depois do blog da AD2M (post mais abaixo), agora é o  historiador Wanfil que lista dez sugestões de atividades para a hora da propaganda eleitoral gratuita. 

sábado, 11 de agosto de 2012

DIA DOS PAIS. Elegia para quem vive na luz


Ele esteve conosco por 84 anos
Quanto mais envelhecia, mais jovem se fortalecia no saber
Quanto mais sabia, menos se fazia vaidoso disso
Porque os sábios entendem de humildade 
como os humildes entendem de sabedoria. 
Assim é meu pai. Circunstancialmente transferido 
a uma dimensão de luz, de onde provém todos os humanos seres. 
Quando felicitados na missão de paternidade, 
eles adquirem uma aura de respeito - se fizerem por onde merecer 
e recriam a Vida que a divina providência outorga-lhes 
nesse mister misterioso ato de compartilhar a criação. 
São os pais que tonificam a humanidade de novas esperanças
ao trazer da pátria de origem os novos seres. 
Estes, capacitam-se ao trabalho de aprender de novo 
a sagrada virtude da experiência terrena 
e a devotar aos seus responsáveis, o élan de gratidão pela vida. 
Meu pai Mário, hoje estabelecido em uma dimensão de luz, 
nem por isso deixou de visitar-nos. 
Em sonhos ele reaparece, quase sempre, e num deles, 
confortado e comovido, traçou-me uma ideia do além: 
"Morrer não dói", dizia-me entre um abraço apertado 
e o cheiro dele, que filho algum deixa de lembrar. 
Neste domingo, em que os homens comercializam mais uma data, 
reitero a convicção de que ele existe. A vida é plena. O amor é eterno. 
E, mais dia menos dia, qualquer tempo desses, há um reencontro. 
É quando, uma vez seguinte, a gente vai dizer 'obrigado'. 
Por ter sido ele o responsável por me trazer à experiência física. 
Por ter sido eu, aprendiz de tudo o que ele, mestre, me deixou. 
Paz pai. Pai, paz. 

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

TV. Do tempo em que se fazia novela ao vivo

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O bom Audifax Rios está nas páginas de O Povo de  hoje. Ocupa o espaço diário de Airton Monte (por onde anda o médico cronista?) revendo com "O versátil Emiliano" os bons tempos da TV Ceará, canal 2. Boa leitura e oportuna chance dos mais novos conhecerem um pouco mais sobre o tempo em que a televisão cearense fazia coisas de deixar a Rede Globo de queixo no chão. Novelas ao vivo, por exemplo. Adaptações literárias como a de "O velho e o mar". E de atores, como Emiliano Queiroz, que hoje compõem os quadros da teledramaturgia nacional. 

domingo, 3 de junho de 2012

LEITURAS. O médico cronista Airton Monte

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Airton Monte é uma dessas genialidades que passam ao nosso lado e a gente só vai ter a completa convicção do que realmente elas eram, quando já distanciadas pela dimensão oposta à da vida física. Um médico consultor de almas, que muitas vezes se tem a impressão de assemelhado ao doente, mas na verdade é o especialista que desce a escada de seu conhecimento e se integraliza ao outro a fim de conhecê-lo melhor. Artífice da palavra, Airton é um cronista de mão cheia - como poucos hoje o são. 

Acompanhá-lo diariamente nas páginas de O Povo é deitar-se no divã de nossa consciência e deixar que ele desvenda a nossa essência, acometida de luzes e sombras - e que ele, magnificamente, sabe equilibrá-la com seus conceitos de cidadão e  boêmio. 

Essa preambulação toda, é para convidá-los a que visitem a página de Airton Monte no portal de O Povo. A crônica mais recente, "Os sete pecados capitais", é um serviço de relaxamento para o cérebro de todos, recompondo o passado que fomos e nos remetendo ao futuro que ainda seremos, sem deixar de lado o ser que somos no presente. 

domingo, 23 de outubro de 2011

Queda de Airton vira texto sobre a morte


E o nosso cronista preferido Airton Monte andou caindo no banheiro. O acidente acabou virando precioso texto sobre a morte. "[...] Ao tomar banho, ainda tonto de sono, descuidei-me e escorreguei perigosamente na espuma assassina do sabonete, batendo com violência inesperada a cabeça na parede. Quase apaguei por completo e vi estrelinhas faiscantes em pleno alvorecer"

Em sua crônica de hoje, "Morte no banheiro", ele diz que demorou a levantar-se. Depois de apalpar-se por inteiro, ele conta que escapou de um traumatismo mais grave, sem um osso quebrado.

"[...] Pensei que poderia ter morrido de uma morte besta, inglória, ridícula, com a base do crânio espatifada. Isso é lá maneira e pouco honrosa de um poeta esticar as canelas? Bater as honoráveis botas dentro de um banheiro? Ah, não. Mereço um final melhor, mais trágico, mais dramático, mais espetacular do que fechar os olhos para sempre estirado ao lado de uma sentina suja. Literalmente, escapei fedendo, melhor do que morrer cheiroso", conta de forma hilária o cronista de O Povo.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

LEITURAS. O cronista voltou novamente



Quando setembro chega, retorna à página dois do Vida&Arte de O Povo a crônica de Airton Monte. É uma obrigatória leitura de todos nós. O médico, que responde na Psiquiatria pela correção de parafusos de tantas almas/pacientes, premia seus leitores todo santo dia com o preciosismo do seu texto, o humanismo de sua filosofia de vida e a alegria bonachona que todo santo boêmio embebe suas conversas. Sou fã de Airton, o poeta, o cronista, o médico e, principalmente, o humano ser que se mistura com essa Fortaleza como se fosse um patrimônio - e o é - dessa nossa cidade.

sábado, 7 de maio de 2011

MÃE. Dê a ela um ano e não apenas um dia


Mães não merecem isso: um dia só do ano. E o resto, como vocês a tratam? Mães não merecem isso! Presentes que a acomodem num canto da casa; a cozinha, quase sempre. Mães não merecem isso!

Elas não deviam ter um dia, mas o ano todo. E aquela hipocrisia do filho que passa o ano todo fazendo da mãe escrava, lavadeira, engomadeira, cozinheira e servente, para no segundo domingo de maio lhe dizer o quanto ela vale, através de um presente... que na verdade é um objeto para a casa - e não para a mãe.

Neste dia das Mães, rebele-se! Faça como Ana Jarvis, a criadora do dia das mães lá no início do século passado. Ela queria mães homenageadas com uma flor. Só isso. E não avaliada de acordo com o produto da moda, o eletro do momento.

E seu filho da mãe: nesse dia, não vá com a esposa, a filharada, o cachorro, o gato e o papagaio, mentir que está com saudades "daquela comidinha gostosa da mãeínha, que só ela sabe fazer". Você não se lembrou dela como devia o ano todo... agora, não venha com hipocrisia.

Todo segundo domingo de maio, é sempre a mesma coisa. Os filhos vão para a casa da mãe e sabe quem é que vai para o fogão, preparar o almoço que você mais gosta? A sua mãe. E sabe quem é que varre e limpa a casa toda para deixá-la bonitinha, apresentável? A sua mãe. E sabe quem arruma a mesa para o almoço em família, depois que os netos baguçaram tudo e só faltaram derrubar a casa? A sua mãe. E sabe quem é que serve a todos e é a última a comer? A sua mãe. E sabe quem é que vai ouvir aquela ladinha da Angela Maria choramigando que "ela é a dona de tudo" (o que é apenas ilusão)... A sua mãaaeee!

Ei, você não tem vergonha de fazer pra ela apenas um dia do ano? E de lhe dar presentes que a remetem para o fundo da casa? Ô meu, tome vergonha, deixe sua mãe feliz o ano todo. E não apenas um dia para alegrar o grande mercado de consumo vendendo essas coisas que desde o tempo do bumba, já se anunciavam:



















domingo, 13 de junho de 2010

Copa do Mundo. O comer e beber futebol


Os olhos do mundo esportivo se voltam para a Copa. Brasileiro que somos, comemos e bebemos futebol. E num domingo de sol como esse, boa parte da torcida se manda para a praia. Mergulha no Atlântico e bate um racha nas areias do continente. Nas rodas de conversa, pra variar, futebol.

O frango de Green é servido a tres por quatro. O prato da vitória argentina passa de boca em boca. Todos destacam o amaro que esse indigesto acepipe pode representar nessa ceia futebolística. O 'chief' Maradona é cozinhado até a tampa. Critica-se o ídolo, mas reconhece-se o seu valor. Também sorve-se de doses de esperança.

O Brasil ainda não mostrou a sua cara. Está sendo preparado. Na terça é que se porá à mesa. Ou melhor, no campo. Nós, os comensais desse ágape sul-africano, o aguardamos ansiosos.

Enquanto não chega esse instante de canibalizarmos os nossos adversários, bebemos e nos alimentamos dos pratos até agora servidos. Que não revelaram nenhum especial sabor além do que já se esperava pelo anúncio antecipado do cardápio.

Imagem: Bob Chamberlin/Los Angeles Times