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terça-feira, 31 de maio de 2011

CENSURA. O abuso que a ditadura impôs (V)

O dia em Luiz Carlos Prestes falou abobrinhas na televisão

O jornalista cearense Tertuliano Siqueira lembra episódio vivido por ele aos tempos em que dirigia o programa de Marisa Urban. "O grande Luiz Carlos Prestes foi convidado participar do programa. Eu era o produtor/diretor. Fiz o roteiro e o submetí ao serviço de censura do DPF.

O programa era sobre amenidades. Se Prestes cozinhava, prato preferido, se trocou fraldas. Apenas abobrinha. A chefe da censura esbravejou, disse que eu estava querendo fazer graça,levá-la ao deboche. O progama realmente começou falando em amenidades. Do meio pro fim, Preste soltou o verbo. Belíssima entrevista", lembra ele.

CENSURA. O abuso que a ditadura impôs (IV)

A capa da revista censurada por causa da estátua nua

Um dos casos incríveis de censura narrados pela autora do livro 'Veja sob censura' é o da capa da edição nº 222, de 7/12/1972. Com o título "Em Nome da Lei", a revista trazia foto do presidente do STF, Aliomar Baleeiro, na praça dos Três Poderes. Ao tomar conhecimento, os censores amaeaçavam de recolher caso a revista publicasse.

"Segundo os agentes da PF, a informação que tinha recebido era a de que a capa estava provocando a Justiça, devido a foto de Baleeiro com uma tal mulher nua. Logo, a editora concluiu que havia algum informante da própria Polícia Federal na gráfica [...] que tinha visto a cópia da capa: a tal mulher nua nada mais era do que a própria estátua da Justiça".

RÁDIO. O abuso que a ditadura impôs (III)

uma capa para para tirar um sarro com a censura

Alguém saberia dizer o que vem a ser essa foto da capa do disco 'Todos os olhos', do baiano Tom Zé? Pelo que sugere o título, poder-se-ia dizer que seria um olho, mas não é. Uma boca segurando uma bola de gude. Também não.

Na verdade, trata-se da fotografia do ânus de uma prostituta contratada pelo autor de 'São Paulo, mon amour' e fotografado por um amigo. A capa era para fazer frente ao rigor da censura. E, acreditem, passou.

RÁDIO. O abuso que a ditadura impôs (II)

Os discos censurados e danificados a mando do governo

Nos tempos da ditadura, os censores costumavam riscar faixas de discos que não se devia divulgar. Discotecário da Rádio Iracema à época, lembro-me dos caras riscando com uma chave de carro faixas como 'Pare de Tomar a Pílula', do Odair José ou 'Partido Alto', do Chico. 'Sinal Fechado' foi outro alvo da censura.

Era proibida a divulgação de toda e qualquer música de Geraldo Vandré. Com o Chico Buarque, houve até um caso interessante: o compacto simples 'Vai Passar' foi liberado e depois que a música estourou, o disco foi recolhido. A "Manga Rosa", do cearense Ednardo, foi censurada porque se alegava que a letra é alusiva à maconha.

Havia censura partida da própria emissora. A mãe do proprietário da rádio não gostava da música 'Geni' - "joga pedra na Geni, joga merda na Geni" - e, por isso, fomos orientados a não programá-la.